terça-feira, 26 de junho de 2012

UM NOVO RECOMEÇO




O texto original tinha pouco mais de 06 páginas e durava cerca de 15 minutos e ficou por quatro anos na gaveta, tempo suficiente para que meu filho já se interessasse por teatro. Surgiu, então, a oportunidade de inscrever o espetáculo para ter apoio da Secretaria do Estado de Cultura, o que deu certo e garantiu que pudéssemos produzir a montagem do espetáculo.

Então, o projeto O REALEJO MÁGICO foi retomado, tendo como base o único texto produzido, para ser completado pelos outros 3 argumentos que nunca foram trabalhados. O texto O CONTO QUE CONTA O CONTO DE UM SONHADOR foi reformulado e novos personagens surgiram para trazer uma nova dinâmica para a peça.

Nasce O REALEJO MÁGICO, UM CONTO QUE CONTA O CONTO DE UM SONHADOR, que fala, antes de tudo, das questões transcendentais da humanidade. A influência do grupo O Teatro Mágico permaneceu, porém a obra O DIA DO CURINGA de Jostein Gaarder também passou a fazer parte das inquietações deste trabalho, assim como o MITO DA CAVERNA, de Platão.

A partir da história do menino Miguel, preso durante toda sua existência em um sótão, passamos a questionar a realidade e a própria existência. Incentivar a imaginação é falar do quão poderoso pode ser o pensamento, a ponto do sonho e a realidade de tornarem uma só, sem se esquecer da esperança.

O Projeto enviado para o Governo do Estado foi por elaborado por mim, assim como o texto, porém pedi para que a atriz mais experiente do grupo dirigisse este trabalho, sendo assim, este o primeiro texto que escrevi que não seria dirigido por mim. A atriz, Patrícia Martins, além de ser excelente e dedicada é minha parceira fundadora da Cia teatral, além de ter feito parte da turma de alunos que em 2008 estudou o texto original.




sábado, 23 de junho de 2012

O QUE HÁ POR TRAZ DO CONTO DESTE SONHADOR...


Quando me debruço sobre um tema para desenvolver um texto teatral, busco antes de tudo a essência do discurso, ou seja, qual a mensagem que existe por debaixo de tantas camadas. Porém, esta mensagem não é e nem deve ser algo como a MORAL, mas apenas a clara e pessoal manifestação de um pensamento, através do prisma da arte. Não é o certo ou o adequado, é apenas a minha visão e sempre é aquilo que me move no momento. E para este trabalho, a SOLIDÃO, o MEDO e a PERCA DE UM ENTE AMADO foram os motores da história do menino Miguel.

Assim como o pedia o projeto inicial, que seria apresentado para crianças, escrevi um texto que agraciasse os pequenos, porém não poderia me privar de minha linha de pensamento, pois o teatro deve ser um agente de liberdade da mente e não mero entretenimento. E para isso, questões transcendentais precisariam estar em discussão. Escolhi O ABORTO.

Uma amiga, recentemente, havia feito um aborto. Quando mais jovem, uma garota com quem me relacionava, tempos depois de termos terminado, me confessou que fez um aborto, o nome dele seria Miguel. Minha própria ex-esposa, quando namorávamos deve ter feito alguns. Meu amado filho André Henrique, quando fiquei sabendo da gravidez, tentamos abortar. E estas histórias eram meus fantasmas. Exatamente por isso, precisaria exorcizá-los em meus textos.

E foi exatamente o que fiz, um texto para crianças, que traz a história do menino Miguel, que passou toda a sua existência sozinho, dentro de um sótão, que tem sua história contada por um narrador, fruto do imaginário deste menino, mas que por debaixo de todas as camadas, fala da dor do pequeno ser que nunca nasceu e ainda nem percebeu, e de sua mãe que nunca  pôde segurá-lo em seus braços.



segunda-feira, 18 de junho de 2012

COMO TUDO COMEÇOU...


Em 2007, quando fui trabalhar como professor na Casa da Cultura de Itapevi, a direção do departamento esperava que, em um curto prazo de tempo, eu levasse os alunos do curso de teatro para realizar apresentações nas escolas municipais de Itapevi. A peça escolhida era “A Bruxinha que era Boa”, de Maria Clara Machado, que foi uma experiência enriquecedora quanto à apresentação, assim como pela receptividade, porém a maior descoberta foi a estrutura precária que envolve estas apresentações.

Quando tornei-me Coordenador do Curso do Teatro, eram minhas responsabilidades as apresentações, as diretrizes do curso, assim como minhas turmas. Destas necessidades, nasce o projeto O REALEJO MÁGICO, que em sua proposta inicial seria composto por 4 pequenos textos, que seriam o material de estudo e montagem de minhas turmas de aula e que, posteriormente, seriam apresentados nas escolas municipais.

O CONTO QUE CONTA O CONTO DE UM SONHADOR, foi o primeiro texto a ser trabalhado por meus alunos e todos os exercícios e descobertas teatrais se deram a partir deste material.  O principal objetivo estético era a simplicidade para que pudessem compreender o universo teatral. Totalmente influenciado pelo pensamento, música e estética do grupo multi-artístico O Teatro Mágico. Infelizmente, antes de terminarmos a primeira temporada, ficamos sem a única “coisa” que necessitávamos do Departamento de Cultura: o transporte. Em virtude destas de outras desventuras, o projeto O REALEJO MÁGICO nunca chegou a ser concluído.
Pelo menos não junto a Casa da Cultura e o Departamento de Cultura.